Era tarde de um dia claro e o sol já estava quase chegando no oriente. Tentava equilibrar em minhas mãos todas as responsabilidades das decisões que tomei. Quanto mais tempo se passava, mais meu coração se apertava. Suas batidas já não era melódicas como um ballet mas marcantes como o bumbo da Salgueiro. Decidi ir para casa e deixar o restante do trabalho pendente para o dia seguinte: ser seu próprio chefe tem suas vantagens, pensei. Meu telefone não parava de tocar mas não tive vontade de conversar com ninguém, já que não conseguia conter e entender meus próprios pensamentos. Aplaquei, caminhei, cheguei. Em casa, Sima, minha filhote de beagle, veio me receber e, esperando algo a mais, aguardou em meus pés próximos à porta. Sentei ao chão ali mesmo e fiquei com ela por alguns minutos. Ela, sentindo o mesmo sentimento que eu, se deitou em meu colo na tentativa de me confortar. Infelizmente, o que faltava não poderia ser buscado como um brinquedo após ser lançado ao vento. Não po
Difíceis são os dias de uma pessoa sozinha Vazios são os momentos daquele que não tem ninguém O amor que se disponibiliza pelo mundo, não são todos que querem pegar E o amor que ofereço dentro de mim é difícil de se aceitar. Às vezes a solidão se diminui, com um momento de felicidade Mas ele logo se esvai, sem nem deixar um resto. Esse vai e vem se torna rotina, mas no final o vazio vence a briga E cansado de lutar, meu coração para em manifesto. Porém depois de tanto procurar, sem nem saber o que procurava Em meio a tanto caos, meu porto seguro ali estava. Um amor que escolhi sentir e que me encheu da esperança De que o ioiô em meu peito iria parar com sua dança. Grato sou por você, que me completou mesmo sem saber E que, mesmo estando longe, continua em meu ser. Sei que é exagero, mas me defendo com a licença de estar em uma poesia Muito obrigado por cortar a corda do meu ioiô, que eu achava que ninguém faria. João Vitor Gonçalves